sábado, julho 10, 2010

Diga para ele...

-Dra. Raquel diga para ele, que ele está GORDO, precisando emagrecer – sentencia a filha do meu paciente.

-Eu deveria ter deixado você em casa – devolve ele, revoltado!

Estou a olhar para os dois. Sinto que a filha quer genuinamente contribuir com a qualidade de vida do pai. Porém o pai quer ser dono de sua vida e vê na filha uma ditadora que está ceifando sua liberdade de escolha.

Bem, ela realmente tem razão, porém jamais alcançará seu o objetivo dessa maneira, porque as pessoas quando tem filhos crescidos a ponto de inverterem os papeis, sentem-se na segunda adolescência e querem mostrar que ainda são donos de seu nariz.

O imperativo não surte efeito. Nem o dela e nem mesmo o meu. O meu papel no consultório é mostrar a situação clínica e indicar os caminhos. Tenho que convencê-lo por A + B qual o melhor caminho e jamais impor algo para alguém que criou os filhos, construiu sua profissão e casa... Essa pessoa merecer respeito e é agente efetiva de seu destino, cabe a mim interferir de maneira positiva sem tirar seu poder de decisão


Mas, adoro os filhos que se preocupam com os pais. Continuem assim! Porém saibam que “estão” adolescentes e que a revolta é muito comum nesta fase da vida.

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